terça-feira, 2 de julho de 2019

INFÂNCIA


De repente dei por mim vivo, respirando, vendo tudo com estranheza, tinha um pai, uma mãe, um irmão e uns dois ou três cachorros vira-lata- esses seres eram minha fámilia-, vestia roupas rotas, e comia feijão com arroz, sentia calor e frio, e pensava, não muito organizadamente, pois eu não sabia nada de nada, mas dia a dia ia aprendendo e me ambientando nesse mundo estranho, não lembrava de onde viera, o que estaria fazendo aqui….
Então certo dia minha mãe me deu um banho após o meio-dia e me pôs roupas limpas, penteou o meu cabelo, me deu uma pasta com um caderno, lápis e borracha e mandou que eu fosse a escola, eu tinha seis anos, e fomos a pé, eu e meu irmão que já estava um ano antes naquela escola, atravessávamos um mato e então num prédio verde, em uma das salas a professora fez a chamada e soube que meu nome era Jocemar, em casa e na rua me chamavam de bolota, e eu não sabia porque, e nem perguntava porque mal falava, sorte que tinha um irmão mais velho, o pai saia cedo e voltava tarde numa bicicleta monark barra circular vermelha, a mãe ficava com a gente e qualquer coisa ralhava: menino não faz isso, vai se machucar tareco! Mas naquele sala a professora riscava de giz em um quadro negro, e dizia prestem atenção, essa é a letra a de ave, b de bola, c de casa, d de dado, e eu ia aprendendo e em pouco tempo já sabia ler e escrever, mas as vezes no meio da tarde me dava um negócio ruim e eu começa a chorar e a professora mandava algúem mais velho me levar pra casa e no meio do caminho eu já estava bem e ia pra casa brincar com meu pato Donald. Acho que não tinha tevê lá em casa porque não me lembro dela. A minha lembrança mais antiga foi de um triciclo que ganhei no natal de 1980, o pai comprou um para mim e um para o meu irmão com o dinheiro do décimo que recebeu lá dá firma, e fomos numa loja já era tarde ou noite e a gente veio pedalando feliz da vida porque ganhamos brinquedo novo. Coisas de piá.

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Um drama pessoal

     A situação segue dramática. E todos os dias quando acordo não tenho mais o tempo que passou. E sigo vegetando. Enquanto surgem novas demandas, a situação financeira piora, eu sigo procrastinando. Já estou de saco cheio dessa palavra. E todos os dias eu penso nisso, que tá na hora da mudança, de novas atitudes, há tanta coisa para se fazer e eu não posso ficar aqui parado. Enquanto beberico um chá de maçã, confortavelmente sentado em uma cadeira estofada frente ao computador escrevo, e penso, escrevo o que penso, e penso naquilo que escrevo. E eu sei tudo o que tenho que fazer, e eu sei que vou sofre enquanto continuar prostrado, a contemplar desolado a vida passar. "puta que pariu" e "mato sem cachorro" são expressões recorrentes, e não adianta esbravejar, contra isso e aquilo, contra tudos e todos e seja lá que diabos que te carregue, que ninguém há de  se atribuir a culpa. neste processo não existem culpados, afinal, a culpa é de quem? E o que eu vou fazer disso tudo? Será que algum dia as coisas vão mudar, já é tarde para isso....

quinta-feira, 9 de maio de 2019

Um belo filme!

     Que o dia se alterna em momentos bons e ruins é fato. Para mim começa sempre do mesmo jeito, a mente desperta fervilhando idéias, mas o dia passa modorrento. Começo a me chatear, tento fazer minhas leituras mas a coisa não engrena. Às tres da tarde é a hora mais "anódina" do dia, melhor dar um cochilo. Diante da sensação de estar perdendo tempo, vem o sentimento de frustração, num dialogo qualquer com M. (a conjuge) sou bombeardo pelas mesmas críticas de sempre, e já não sei como me defender, admito, ela tem razão. Ouvir música ajuda a aliviar, mas não tem com segurar esse inferno astral. Mas ontem, excepcionalmente ontem, algo quebrou a rotina, após a aula, voltei um pouco melhor, tinha sido uma boa aula de direito empresarial, sociedade limitada, artigo tal do código civil e blá blá blá..., mas ouvindo música com fone de ouvido, lavei a louça, para resgatar um pouco da dignidade, na tentativa de voltando-me a sala onde M. estava sentada ao sofá com o pequeno a dormir em seu colo. Ela principiava a assistir um filme. Recostei-me a seu lado, indaguei que filme se tratava e pesquisei rapidamente sobre ele: "Durante a tormenta", uma produção espanhola, espetacular. Duas aprazíveis horas, atenção total na tela, que valeram á pena. Disponível na Netflix, recomendo. sonhei com o filme, acordei com ele na cabeça, muitas, muitíssimas reflexões, essa coisa de alterar o destino, "efeito borboleta", "em algum lugar do passado", Peggy Sue - seu passado a espera"... isso me fascina, e viver fascinado é algo que quebra as agruras da vida.
     O Filme é uma história de amor, mas com uma complexidade incrívelmente bem articulada, dai o mérito de seus realizadores, entrelaça varios aspectos: o amor de mãe - que quer a filha de volta - , a magia de uma ficção que nos permita alterar o próprio destino, o crime e a impunidade, a traição conjugal, o acontecimento histórico da queda do muro de Berlim em 1989 como pano de fundo... Enfim a trama é toda ela interessante demais. Sem palavras, só elogios.

terça-feira, 7 de maio de 2019

Devaneios da madrugada

Eram 5 horas da madrugada, despertei, como sempre, a mente fervilhando de idéias. Preciso fazer alguma coisa para ganhar dinheiro. Procurar emprego ou empreender? Emprego onde, com esse currículo e essa idade, difícil, não impossível, mas com o DDA, quase isso, puta que pariu, assim é tudo mais difícil. Empreender o quê? Com que dinheiro? E com essa vontade, puta que pariu!!! De novo esses velhos dilemas, e tome escutar ossos da frau, com razão ou não isso dói, vai brincando... vai dar jeito na vida, quando é que vais assumir seu papel de homem? Repito, puta que pariu!!!
E penso, tem que trocar de carro, e fazer uma cobertura, isso está na pauta do dia, acho que está mesmo na hora de dar um jeito na vida, basta querer sem desculpas, tudo está ao seu alcance, foco, fé, motivação, vou na biblioteca e pegar um livro, “o poder do subconsciente”, “os sete hábitos das pessoas altamente eficazes”, etc... . Que emprego nada, nunca deu certo, as vezes deu, o destino tem lá seus meandros, mas empreender me fascina, e este fascínio dali meia hora se perde. Voltamos a dormir, que essa madrugada está um pouco fria...

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Os atores do judiciário no Brasil

Vendo agora nas redes a manifestação do ministro da Justiça, SR. SERGÌO MORO, sobre decisão do Ministro do STF Alexandre Moraes, de revogar a própria decisão em relação ao Inquérito das "Fake News", que considera salutar, fico pensando: como pode tais operadores jurídicos, que chegaram ao ápice da carreira, serem tão medianos em suas ações e assertivas?
Para Moraes, o mais novo ministro da Corte, embora currículo alicerçado por publicações na área do Direito, revogar a própria decisão em poucos dias atesta o extremo despreparo de alguém com notório saber juridico e reputação ilibada, cuja decisão primeira deveria ser sopesada ao extremo, feita com coerência, respeitando princípios constantes no ordenamento juridico pátrio. Revogar-se a sí mesmo, é salutar, sim, mas mais salutar é tomar decisões premptórias, pois face a repercussão negativa da sociedade, e inúmeros pareceres de juristas condenando a exdrúxula atitude, revoga-se. Cadê a coerência, o equilibrio e a sensatez de um MINISTRO, para que tome decisões corretas? Afinal, para que serve a sabatina? É muito triste, decepcionante, para quem preza pela JUSTIÇA, pela LEI, pela ORDEM, ver o que se transformou a mais alta corte jurisdicional do País. Dá vontade de largar tudo, e, resignado, evitar o conhecimento -e as notícias- para não enlouquecer. E o douto Ex-Magistrado, agora Ministro, cargo que granjeou como recompensa pela condenação factóide que eliminou o adversário político de seu presidente eleito, ver isso como salutar??? É de chorar, mas não percamos nunca a esperança...
Fosse eu perguntado sobre tal fato diria: "É lamentável o que se sucede no âmbito do STF, a revogação é mera consequência do ato discricionário e imbecil, e atesta o quão despreparado está o Ministro para exercer o nobre cargo, e a sociedade vê isso e perde-se o respeito, não sendo digno nosso Estado Democrático de Direito de tal anomalia."( mas não é tão simples assim, a muito mais coisas entre o céu e a terra...)

P.S. Em tempo, por decreto presidencial recente,O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com agentes públicos federais é “Senhor”, independentemente do nível hierárquico, da natureza do cargo ou da função ou da ocasião”

sábado, 20 de abril de 2019

Um papel manchado de vinho

     Ocorreu-me receber uma intimação, para pagar custas judiciais, de um processo findo através de acordo cuja homologação se dera à cerca de dois anos. e agora isto, pois bem, haverei de pagar, vez que o valor não é muito. Isto fora na quinta, e hoje, sábado, degustando meu vinho sagrado, por descuido, manchei o papel com o precioso liquido, e ao ver tal sortilégio imediatamente lembrei de Bukowski, que tem entre seus títulos publicados, "Pedaços de um caderno manchado de vinho". 
       Eu neste momento, coloco-me ao nível do velho safado, com meu "Pedaços de uma guia de custas manchada de vinho". Impossível conter-me a euforia, e bem quando ouvia "the Fevers -Cândida-", e na tela eu lia um ensaio sobre a linguagem e o estilo de Machado de Assis escrita por Aurélio Buarque de Holanda.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Reflexões de Quinto Semestre

     Tanta coisa para dizer acerca das aulas, conhecimentos e relações estabelecidas nesta etapa do curso. E gostaria de compartilhar tudo aqui, o que só não faço devido a indolência que me acomete o DDA, essa terrivel anomalia da qual sou portador e que me impede de desenvolver meu potencial acadêmico, profissional e pessoal. Paciência, como diria o Professor Paulo Scherer: "vida que segue."