Das visitas que fiz esse foi o eleitor mais cético. Já foi logo avisando que eu não perdesse tempo com ele, pois estava em tal grau de insatisfação com a política que preferia pagar multa a sair de casa para votar. Me olhando de soslaio, sisudo, acendeu um cigarro em minha frente, tive que fumar passivamente, eu que odeio cigarro. Convenci-o, com argumentos sólidos, a votar em alguém, abster-se é bobagem, é validar o sistema, e só pelo voto em um candidato novo, somado aos votos de todos que querem mudanças, é que as coisas vão mudar. Tudo bem, você não é o primeiro que vem me visitar, já recebi outros que se dizem meus amigos, um que é parente de longe da mulher, e um com que tenho relações comerciais, você é só mais um, porque eu deveria votar em você? Ótimo, você tem mais opções, é só comparar os perfis e ver qual é o melhor, quem tem condições de bem te representar. Se você conhece bem seu candidato melhor, as vezes conhecendo é que não deve votar, mas no meu caso fomos colegas de aula, eu sei, tive meus defeitos, não era ético quando te dava cola na prova, pra te ajudar nas notas, e na educação física, as vezes chegava duro no futebol, não queria perder a bola nunca, também naqueles bailinhos eu bebia demais e você me xingava que eu me tornava chato, coisas da pós adolescência. No quartel quando servimos, você é testemunha do quanto me esforcei para ser um bom soldado, no início era meio desleixado e depois de tomar umas mijadas do aspirante Assis me alinhei, caprichei na ordem unida e apresentação pessoal, fiz aquele curso pra cabo e fui o primeiro da turma, está lá nos anais da corporação, me deram divisas de cabo EV e na primeira baixa o diploma de honra ao mérito. Falei de propostas, você ouviu sem pestanejar, concordar nem discordar, apenas uma tragada atrás de outra, e acendeu um cigarro na bituca do outro, que coisa insuportável! Por fim resolveu se abrir, pois é Bruce (meu apelido no 25 porque era praticante de artes Marciais e fã do Bruce Lee), tudo que você falou é verdade, lembrou de coisas que eu não lembrava, e eu sei o quanto você sempre foi esforçado em tudo que fez, sempre foi prestativo, a cola na prova não é problema ético seu, era eu quem insistia e você se arriscava pois não recusava nunca ajudar os colegas, prova de teu grande coração, no futebol dentro de campo as regras são diferentes, ninguém dava moleza, (risos) e no quartel, de bisonho passou a ser exemplo, e depois pouco nos vemos. Não esperava outra coisa de você a não ser entrar na política, tu sempre tava enfiado nas diretorias do grêmio estudantil, era líder de turma, vi pelas notícias que você foi patrão de CTG, até achei estranho você de bombacha, e agora ainda está estudando, coisa que da nossa geração quase ninguém quer mais, e o teu irmão que era goleiro como está, nada a ver contigo né? Pois então meu amigo, com tudo isso confesso que provavelmente vou votar em você, obrigado pela visita!
Blog pessoal voltado para a análise da realidade cotidiana. Opiniões, crônicas e comentários acerca da vida e do mundo. Filmes, livros, política, comportamentos, são meu temas preferidos.
terça-feira, 27 de outubro de 2020
domingo, 25 de outubro de 2020
BREVE RETROSPECTIVA
Dias atrás fiz
45 anos, e comemorei ao estilo solitário,
ouvindo música, tomando um chopp Ijuhy, meditando e escrevendo. Quatro décadas
e meia e ainda me sinto um guri, sinto que ainda tenho muita vida pela frente. Revi
mentalmente toda a minha existência, essa memória absurda que me faz recordar
ano a ano toda a minha existência, desde criança no aconchego do humilde lar de
meus amados pais em companhia de irmãos. Recordo dos primeiros colegas de aula
aos seis anos em 1981 lá na Escola Estado do Amazonas, da primeira até a quarta
série, da quinta serie em 1985 até a oitava (1989) lá no Emil Glitz, tem uma
centena de colegas e amigos, que poderia citar nominalmente todos (mas não me
arrisco) E depois no 25 de julho (1990), no ensino médio lembro um por um de
cada colega, professores, direção e demais funcionários daquela escola, até os
atendentes da cantina. Aqueles que conheci, nos times de futebol, nos grupos de
jovens, na eleição em 1992, no movimento estudantil em 1993 e no serviço militar
em 1994. Veio 1995 e um fato ocorrido em 21 de janeiro mudou definitivamente a
minha vida. Trabalhei na Imasa, fui para a Cotrijui na condição de empreiteiro.
Passei pelo Supermercado Kuchak em 1997 e 1998, Na Lancheria Ponto do Lanche do
Zico em 1999, na tirolesa no inicio do ano 2000 e depois no IBGE Censo 2000. Em
2001 Me fui a Novo Hamburgo, passando por São Leopoldo, voltei a Ijuí e em 20 de
março de 2002 assinei carteira NA COTRIJUI como auxiliar de armazém, passada a
safra fui par o supermercado como empacotador e logo depois repositor. Saí em
2004 quando comecei a trabalhar como garçon nos eventos da Sogi, para O Bedidas
& cia. Em 2005 foi a primeira expo na Casa holandesa, e também na Fenatrigo
em Cruz Alta, Concomitantemente trabalhei na Seriema e no Metamorfose Bar. Em
2006 minha primeira temporada na Fonte Ijuí, depois em 2007. 2008 passei pelo
Versatto Restaurante, e para minha glória desportiva fui campeão do campeonato
de pais do CSCJ. Em 2009 na Mks Net e ao fim de ano assumi como Patrão de CTG.
2010 breve passagem pelo Strike Boliche, e no fim de ano fui vendedor na Multissom, garçon
no Restaurante Kuchak e estudante universitário como acadêmico de ciências da
computação em 2011, e depois terceirizado na BR&F em 2012, depois
estoquista e vendedor na Loja Certel em 2013/2014. De 2014 a 2020 fui microempreendedor
(em 2015 mais uma experiencia como vendedor na Deltassul), voltei a faculdade
como estudante de direito em 2017 Com a pandemia fechamos as portas e voltei
para o Kuchak onde sai no dia 06 para me dedicar as atividades de campanha,
enquanto candidato a vereador. E de agora em diante? Dizem que o futuro só a
Deus pertence...
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
Mais da pratica politica-eleitoral
Essa falta de informação prejudica a ação cidadã de votar consciente e participar mais ativamente das ações democráticas. O problema não é o acesso a informação, é a falta de interesse do cidadão. Todos têm tevê e rádio e a maioria possui internet, é fácil encontrar informação sobre seus políticos.
Conversei com vários candidatos que tenho relação de amizade, há outros que me são inteiramente desconhecidos -eu que já andei pelos quatro cantos de Ijuí nas atividades profissionais, comerciais e pessoais que desenvolvi- imagine o eleitor mais recatado. Perguntei-lhe suas motivações para ser candidato. A maioria alega busca por mudança, estar sensível as necessidades do povo, quer elaborar projetos comunitários, lutar pela segurança e saúde, pelo descontentamento e a consciência cívica de fazer a sua parte (dar a cara a tapa), etc... Noto que estas motivações não correspondem diretamente com as funções que norteiam efetivamente o trabalho de um vereador. Visando identificar-lhes o perfil atento para três aspectos: atividades político-sociais de interesse, qual partido está inserido e se já foi candidato anteriormente. No aspecto comunitário há quem diga que conhece as necessidades do povo, é bom, mas insuficiente por dar conta do interesse apenas de parte da população de interesse do candidato. Essa motivação deve ser mais ampla, ser um agente politico com função de legislar implica preparo ainda maior.
Na questão de partido há aqueles que são fiéis, e outros que já trocaram de partidos, ou que se filiaram para serem candidatos, o que demonstra que sua experiência e vivencia politica resume-se na qualidade de eleitor em pleitos anteriores. Muitos estão no pleito pela primeira vez e com pouca experiência nisto. Há candidatos de todos os níveis de escolaridade, ensino superior, fundamental e aqueles apenas alfabetizados, o que pode influenciar o julgamento da sociedade de forma negativa quanto a competência e preparação para exercerem a função de vereador. Há velhos e jovens, maior proporção de pessoas acima dos 40. A maioria dos candidatos têm interesses voltados ao desenvolvimento de ações comunitárias, de certa forma, pertinentes a sua área de conhecimento, vivência e atuação, o que se encaixaria muito bem na primeira principal função de um vereador, a função legislativa, em que o vereador deverá “discutir e votar os projetos que serão transformados em Leis, buscando organizar a vida da comunidade”. Todavia isto poderia denotar um desprezo ou falta de conhecimento das outras funções do vereador, tão importantes, quanto a legislativa, que devem e precisam ser consideradas, as funções: fiscalizadora, de assessoramento executivo e julgadora. Falam em melhorar a saúde, a educação, mudar o cenário politico e lutar pelos interesses do povo, gerar emprego e renda, gerar politicas de inclusão e acessibilidade, e por fim, fiscalizar e executar.
Assim penso que a minha candidatura deve dar suporte a uma representatividade maior, devo pensar além daquelas necessidades que são comuns à minha realidade próxima, pensar globalmente a politica local.
CIÊNCIA POLÍTICA – ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA
O prefeito e o vereador
No município, o chefe do poder
executivo é o Prefeito, a quem cabe a propor as políticas públicas municipais e
encaminhá-las à Câmara de Vereadores para as devidas apreciações e providências
legais e executá-las. A gestão pública é de competência governamental dentro
dos diversos níveis e nas esferas de suas atribuições, porém cabe ao executivo
o planejamento, a elaboração e implementação dos programas e dos planos de
ações dentro das delimitações de atuação dos gestores públicos, quer sejam
geográficas, funcionais e/ou setoriais. Os municípios possuem a Lei Orgânica,
votada e aprovada pelos vereadores e adotam suas próprias políticas públicas,
devendo observar as suas adversidades locais e regionais, enquadradas pela Lei
de Responsabilidade fiscal (Lei Complementar nº 101, de 04/05/2000), que impõe
limites a despesas e endividamentos.
É o poder Legislativo, exercido
pela Câmara Municipal de Vereadores, que aprova as Leis municipais. A
constituição de 88 prevê como obrigação do Legislativo a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da administração pública e
ainda tem a função de aprovar ou vetar as medidas enviadas pelo Executivo, além
de outras, quer sejam:
1. Função Legislativa: que
consiste em elaborar as leis que são de competência do Município, discutir e
votar os projetos que serão transformados em Leis, buscando organizar a vida da
comunidade.
2. Função Fiscalizadora: o Vereador tem o
poder e o dever de fiscalizar a administração, cuidar da aplicação dos
recursos, a observância do orçamento. Também fiscaliza através do pedido de
informações.
3. Função de Assessoramento ao
Executivo: esta função é aplicada às atividades parlamentares de apoio e de
discussão das políticas públicas a serem implantadas por programas
governamentais, via plano plurianual, lei de diretrizes orçamentárias e lei
orçamentária anual (poder de emendar, participação da sociedade e a realização
de audiências públicas).
4. Função Julgadora: a Câmara tem
a função de apreciação das contas públicas dos administradores e da apuração de
infrações político-administrativas por parte do Prefeito e dos Vereadores.
Assim, delimitadas as competências e sabido que o prefeito terá um orçamento reduzido no pós covid-19, pela queda da arrecadação e aumento das despesas, não queria estar na pele de um gestor municipal nessas condições. Mas é preciso somar esforços, articulando com os partidos a vinda de emendas parlamentares, e propor leis que visem a reduzir a despesa da máquina pública por um lado, e que contribuam para o aumento da atividade econômica, gerando empregos, renda e arrecadação. Nenhuma fórmula mágica, portanto, mas tampouco fácil esse desafio.
quarta-feira, 7 de outubro de 2020
RELATOS SELVAGENS
07 de outubro, 6:00 h, quarta-feira
Tenho em mim a convicção que farei boa votação, tenho bons eleitores que não falharão, pois vejo neles o mesmo caráter que eu tenho (a regra é que semelhante vota em semelhante), se suficiente para conquistar uma cadeira, não sei. A dificuldade é muito grande, mas sigo determinado, motivado, e não será por falta de trabalho e dedicação, farei a minha parte, ao fim, independente do resultado, não me frustrarei, lutar já é uma vitória, lutar vale a pena.
O amigo Rocha, ex-candidato a vereador em 2004, trabalhamos juntos na eleição em 2008, me falou de sua experiência, da falsidade das pessoas, (é sério que as pessoas são falsas?) e é preciso estar vacinado contra oportunistas. E aconselha, vai com os pés no chão. Entendo que devo ser realista e saber dos meus limites, mas também que preciso alçar vôo em determinado momento e ousar dar o pulo do gato.
A política é cruel. Quem tem mandato, dinheiro e poder massacra seus oponentes, e a massa eleitoral ingênua, mas que se acha inteligente, cai como um patinho. E ainda muitos dizem que na hora “h” vão pensar em mim. Só posso fazer de conta que acredito, não sem uma ponta de esperança, é claro. O jogo não é nada ético, apenas eu, querendo conquistar votos com ética e seriedade, sem ludibriar ninguém, sem prometer nada fora do alcance, sem investir dinheiro que não tenho, e assim não dá pra ganhar esse jogo. Mas eu sou teimoso, ignoro essas adversidades e sigo tentando.
Bem, fico por aqui, abraço a você, raro leitor de minhas crônicas. No fim vai dar tudo certo!!!